Mensagem de um Preto Velho!


Nestas páginas e estão gravadas as impressões vividas e sentidas por mim, diretamente, de um humilde e leal amigo do Astral (Pai Guiné), a quem rendo minha eterna gratidão, como seu veiculo mediúnico desde a infância...
     Desse Preto velho, colhi esse lamento e essa lição, sobre a natureza das humanas criaturas que “giram” nos Terreiros ou Tendas de Umbanda.
     Isto foi a muitos anos... naturalmente ele (pai Guiné) me proporcionou esse “passeio astral”, e ao falar assim numa demonstração direta, quis que eu visse a coisa como ela era e é... pois eu tinha ilusões e bastante ingenuidade ainda.
     Assim quero dedicar essas suas lágrimas,  aos meus irmãos de Umbanda, aparelhos sinceros, para que, mediando nelas e vibrando a doce paz desses “pretos- velhos”, possam haurir(solver) forças e compreensão e sobre tudo a indispensável experiência, para que sejam realmente, baluartes (local seguro) das verdades que eles tanto ensinam... Quando tem a oportunidade...

            Foi numa noite estranha, estranhas vibrações penetravam no meu ser mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...
            Era um desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão c/ a minha alma, e externava a sensação de um silencioso pranto...
            Quem do mundo astral emocionava  assim um pobre “eu”, não o soube, até adormecer... e “sonhar”...
            Vi meu “duplo” transportar-se, atraído por cantigas que falavam de Aruanda, Estrela Guia Zamby, eram as vozes da SENHORA DA LUZ VELADA , dessa UMBANDA DE TODOS NÓS, que chamavam seus filhos de fé...
           

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... mas, surpreso ficava c/ aquela “visão” que em cada um eu “via”, invariavelmente, num canto, pitando o seu cachimbo, que um triste preto velho, chorava.

De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces, não sei porque contei-as...foram sete.

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei. Fala meu Preto Velho, diz ao teu filho por que externas assim tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu:

- Estás vendo esta multidão que entra e saí? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma dela.

- A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar,  para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...

- A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

- A terceira, foi para esses que crêem, porém numa crença cega, escrava de interesse estreitos. São os que vivem eternamente tratando de “casos” nascentes uns após outros...
- A quarta, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um dos seus semelhantes. Eles pensam que nós os Guias, somos veículos de suas malesas, paixões , e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas (escuridão) ainda não saíram.
- A quinta, aos frios e calculista – não crêem, nem descrêem, sabem que existe uma força espiritual, e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbanda... Chegam suave, com risos, o elogio na flor dos lábios,são fáceis, muito fáceis, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: "Creio na tua Umbanda, nos teus caboclos e no teu Zamby, mas somente se vencerem o meu caso ou me curarem disso ou daquilo."

- A sexta, eu dei aos fúteis que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.

- A sétima, filho, nota como foi grande e como deslizou pesada: Foi a última lágrima, aquela que vive nos "olhos" de todos os Orixás. Fiz a doação dessas aos médiuns vaidosos, cheios de empáfia (orgulho, soberba), para que eles lavem suas máscaras, e todos posam vê-los como realmente são... “Cegos, guias de Cegos”, andam se exibindo c/ a Banda, tal qual mariposas em torno da luz; essa luz que eles não conseguem VER, porque só visam a exteriorização de seus próprios egos. Olhai-os bem, veja como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observe que quando falam “doutrinando”; suas vozes são ocas, dizem tudo de “cor e salteado”, numa linguagem sem calor, estão aferrados ao conforto da matéria e a gula do vil metal. Eles não tem convicção.

  Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma as sete lágrimas de Preto Velho! Então, com a minha alma em pranto, tornei a perguntar :
_ Não tem mais nada a dizer, pai Preto?

E daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão imenso, que chegava a ofuscar, ouvi mais uma vez...
“Mando a luz da minha transfiguração, para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES

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